quarta-feira, agosto 25, 2010

A Geração Y é Capaz?


Engraçado, confesso que escrevo bastante e que leio muito mais. E busco, busco coisas novas todos os dias, como se fosse um vício (e é, não tenho dúvida). A busca se depara na perspectiva da oportunidade de ver Martha Gabriel na CPFL Cultura (lembro que fiz o primeiro site do projeto) falando sobre oráculos digitais - e, claro, a busca. Martha fala - e muito rápido no sentido lato da palavra - sobre a profundidade "rala" dos mecanismos de busca frente ao tamanho da web. Adiciono a este o vídeo do Marcelo Tas - Nova Renasceça ou Fim da Picada - que passa pela questão do enfrentamento contemporâneo da avalanche de informações.

Mesmo com esta "superficialidade" dos buscadores da web nos deparamos com questões que trazem, ao pensamento, o pensar; pontos de vista diferentes que confrontam por vezes determinadas verdades estabelecidas. Estas questões, estes pontos, nos fazem reinterpretar, remexer coisas, pensar e analisar com outros olhos. Neste prisma da busca de ompreensão da GenY li o artigo "Apagão na Mão de Obra ou Descrédito?", de Lucas Louzada, que trata sobre a competição X/Y - onde, na minha opinião, não há vencedores.

A dificuldade das empresas em entender o que acontece ainda é grande e sou cético quanto a mudanças a curto/médio prazos. A "indústria" - entendida aí na sua mais ampla perspectiva e independentemente de seu segmento - é muito conservadora e não arrisca. Infelizmente. Abaixo segue então um (ótimo) ponto de vista sobre a GenY.
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geração yJá tem algum tempo que se fala em apagão da mão de obra no Brasil. Eu acredito que em algumas profissões específicas pode existir sim escassez, mas dizer em apagão é rídiculo, soa mais como descrédito por parte de gestores e empresas na capacidade da nova mão de obra que esta no mercado, que faz parte da geração Y.

Existe uma linha de estudo que reflete bem isso: são especialistas em gerações Baby Boomers - Geração X - Geração Y e a tendência da Geração Z. O que poucos entenderam é que para um profissional estar disponível no mercado atual ele precisa de um longo tempo de formação. Quantos Baby Boomers tinham formação? E quantos da Geração Y têm formação?

Temos diversos estudos que mostram que nunca foi tão alto o índice de universitários no Brasil. São bacharéis, licenciados, técnicos, especialistas, mestres, doutores, enfim, uma gama enorme de pessoas que estão em busca da melhor capacitação, e não estamos falando somente de grade currícular direta, estamos tratando de pessoas que paralelamente constroem seu currículo e seu extra-currículo, falam inglês e espanhol, sabem muito de informática, muitos nem em escolas foram para terem tais domínios, auto-didatas mesmo.

Estudos pedagógicos apontam que a atenção, capacidade de concentração e motora destes jovens também é diferenciada, muito mais ágil e dinâmica. Nas gerações passadas muitos com 20 anos já estavam trabalhando há tempos, já tinham ou estavam constituindo família, nos dias atuais o mesmo jovem de 20 anos está pensando no MBA que irá fazer, na próxima língua que ele vai aprender, preocupado com a nova tecnologia que irá ter que dominar. Enfim, temos que a Geração Y está numa encruzilhada, "formação ou experiência?". Isso sim é digno de discussão.

Os Baby Boomers e muitos Geração X não acreditam que só a formação universitária torna apto o profissional para o mercado, bagagem que eles trazem da geração deles e esse conflito é inevitável. Uma vez que o cenário contemporâneo nos traz as três gerações juntas no mercado de trabalho é passível que tais conflitos de idéias e contextualização estejam em choque. Então qual o contexto de hoje?

Após anos e anos de preparação intelectual, o jovem da geração Y sai em busca de emprego em sua área de formação por volta dos 24 ou 25 anos, tempo este necessário para que um jovem que cursou o ensino médio regular, uma faculdade em torno de 4 anos e uma Especialização de 1,5 anos em média estar entrando no mercado (Não se esqueça dos "n" cursos que ele fez em paralelo), enquanto o contexto dos Baby Boomers em muitas vezes foi o de trabalhar de dia e estudar a noite, a formação universitária era "O" acontecimento, muitos tinham até o segundo grau completo apenas, entravam nas empresas em cargos baixos e com 20 anos já tinham um cargo de assitente técnico nível 1 ou 2 e hoje com 40 ou 50 anos são gerentes, diretores ou presidentes.

O que eles não aceitam e não conseguem entender são estes jovens entrando "apenas" com a formação diretamente em cargos de analistas, coordenadores, gerentes e até diretores, muitos são os estudos revelando os presidentes também. O pessoal das gerações passadas ficam possessos. "Como, se eu ralei para chegar até aqui?!" perguntam.

E é este pensamento, por parte das gerações passadas, que fecham as portas aos profissionais que na rua estão em busca de emprego e oportunidade. E o medo de perder o cargo para esse super prodígio da geração Y? Lembra que os Baby Boomers estão lá por mérito e não formação? Muitos estudaram somente agora e ainda carregam premissas antigas, então se os Baby Boomers derem condições para os Y mostrarem mérito, na cabeça deles, "BUM!" estão fora.

Com isso o mercado do emprego informal que ganhou. Alavancou no Brasil recentemente, e além de outros fatores, são jovens que sem oportunidade buscam mostrar resultado com as "próprias pernas", é enorme o número de jovens empreendedores no mercado atual, com suas clínicas, escritórios e empresas a todo vapor em busca de crescimento. Muitas com recursos próprios ou financiadas, ainda buscam espaço e reconhecimento, mas têm todas as características desta geração que veio para marcar esta Era.

São profissionais ou empresas dinâmicas, modernas, conectadas, com valores e conceitos totalmente renovados, preocupadas com o meio ambiente, com as pessoas e de grande capacidade de INOVAÇÃO. Líderes empreendedores resultantes deste processo de negação das gerações que no comando das empresas estão, ou que até mesmo, que não aceitam ter posto em prova sua capaciadade e estão ai mostrando seu potencial de uma maneira própria.

Estes são os novos jovens trabalhadores, vistos como preguiçosos que perdem o tempo nos vários meios de comunicação digital. E já viu como eles se devendem? Entre dentro destas empresas Y e tracem o perfil dos profissionais que estarão lá, você talvez encontrará um geração X no máximo. É gente, guerra dos sexos, guerra das gerações, enfim, o que temos mesmo que fazer é buscar entender e acompanhar as tendências, a relutância sempre existiu, a geração Y também será conservadora quanto a geração Z, administrar este impasse que é o importante e necessário neste momento.

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