terça-feira, setembro 23, 2008

Matrículas aumentam, mesmo com preconceito

23/09/2008 - Mais de 2,5 milhões de estudantes fizeram cursos a distância no ano passado, mostra levantamento divulgado recentemente pelo Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD 2008). Isso significa que um em cada 73 brasileiros estuda em cursos com metodologias a distância. Somente nas instituições regulamentadas pelo Ministério da Educação (MEC), o número de estudantes saltou de 300 mil para 970 mil em comparação com a primeira publicação, de 2004. Apesar do crescimento, ainda existe preconceito em relação a essa modalidade de ensino. Para especialistas na área, a discriminação persiste por falta de conhecimento.

A pesquisa inclui alunos de instituições credenciadas e cursos autorizados pelo sistema de ensino e projetos como Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), Fundação Bradesco, Fundação Roberto Marinho e os do Grupo S (Sesi, Senai, Senac, Sebrae). O anuário mostra que em 2007 houve crescimento nos projetos voltados para a educação técnica a distância e destaca também o aumento do número de brasileiros educados dentro das próprias empresas onde trabalham: 582.985 pessoas em 2007.

É o que faz Jósia Silva, 25, acadêmica de Administração e estagiária do Ciee. No portal da empresa, ela já participou de uma série de cursos de qualificação, como finanças, produção de textos e redação empresarial. “Quero fazer todos os cursos on-line na minha área, porque proporcionam conhecimento e enriquecem meu currículo”, explica. Ela observa que existe preconceito em relação aos cursos a distância, por falta de conhecimento e pouca divulgação sobre a modalidade.

Mesmo assim, a jovem diz que não faria um curso de graduação a distância. “Preciso ser orientada pelo professor visualmente, porque não tiro todas as dúvidas”, justifica. Jósia mantém contato por e-mail com os orientadores do curso e, quando resta dúvida, ainda vai à biblioteca para pesquisar o assunto. Quando busca um emprego, Jósia especifica que o curso é on-line e acredita que o empregador avalia a qualificação, não a modalidade.

Para Tarcísio Domingos M. Júnior, supervisor do Ciee Goiás, a educação a distância (EAD) é a revolução do ensino e se transformou na ferramenta de treinamento e capacitação mais utilizada nas empresas. “Com essa modalidade conseguimos capacitar um número muito maior de pessoas e que normalmente não têm tempo para realizar os cursos presenciais”, afirma.

Ele aponta como principais vantagens a possibilidade de maior número de vagas, porque o curso não requer estrutura física pesada e cara; flexibilidade de horário e local, porque basta um computador com acesso a internet; e oferta de tutores especializados para atender os alunos. “Não existem desvantagens nesta modalidade. Se a pessoa tiver disciplina e mantiver os horários pré-estabelecidos, só tem a ganhar”, opina.

Graduação
Levantamento realizado pelo MEC em 2007 mostrou que os cursos de educação a distância tiveram melhor desempenho que os presenciais. No Exame Nacional de Ensino Médio (Enade), em sete de 13 áreas em que a comparação é possível, os cursos de EAD receberam conceitos mais altos.

Fonte: Hoje Notícia

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