quarta-feira, agosto 13, 2008

Sem giz, quadro nem papel

13/08/2008 - Projetos interativos e de baixo custo indicam como será a sala de aula do futuro Marlos Mendes Rio - A presença cada vez mais comum de telas sensíveis ao toque (touchscreens) em dispositivos móveis e de lousas digitais (smartboards) em escolas e universidades indicam que mouse e teclado estão com os dias contados e provavelmente não terão lugar nas salas de aula do futuro. Dois projetos apresentados semana passada na Feira de Tecnologia de Petrópolis (FTP 2008) dão pistas de como a tecnologia poderá transformar as salas de aula.Na palestra mais esperada do evento, o pesquisador Johnny Chung Lee, phD em interação homem computador pela Carnegie Melon University e recém-contrado pela Microsoft, mostrou projetos de novas interfaces baseadas no Wii Remote, o revolucionário controle do videogame da Nintendo, capaz de reconhecer movimentos. Entre os projetos, a Whiteboard, versão de baixo custo das lousas virtuais, cujos preços giram em torno de alguns milhares de dólares.IDÉIA SIMPLESA idéia surpreende pela simplicidade. O Wii Remote tem uma câmera sensível a radiação infra-vermelha e capaz de reconhecer movimentos de até quatro pontos. Lee conectou um projetor e um notebook ao controle via bluetooth, lançando a imagem sobre uma superfície que de projeção (como uma tela branca, uma mesa ou um LCD). E montou uma caneta com uma simples luz infra-vermelha e um botão para ligá-la e desligá-la. Depois, escreveu um programa para reconhecimento de movimentos em linguagem C+ usando bibliotecas abertas e compatíveis com Windows, Mac e Linux, e DirectX.PROJETO DE 5O DÓLARESEm sua palestra da FTP 2008, Johnny Lee ligou a caneta uma vez em cada canto da tela para marcar a área a ser reconhecida. Feito isso, ele pode “escrever” usando o Paint e controlar o Google Earth, localizando a cidade de Petrópolis. “Qualquer software educacional pode ser usado com essa interface”, diz Johnny Lee. Ele explica que trata-se de um protótipo, mas que pode ser facilmente transformado em produto final se houver interessados. A caneta, por exemplo, não existe no mercado, e o software precisa de acabamento final. Além do notebook e do projetor, Lee gastou US$ 50 (US$ 10 para montar a caneta e US$ 40 na compra do controle). Confira vídeos dos projetos de Johnny Lee Chung em http://http:/www.cs.cmu.edu/~johnny/TESTES EM ESCOLAS PÚBLICASA IdeaValley, criadora da tecnologia Flip para visualização de impressos (usada em O DIA DIGITAL) também aprensentou a sua visão de sala de aula do futuro. Trata-se de uma carteira em que o aluno manipula imagens projetadas em vez de papel e caneta. A idéia é similar a de Johnny Lee, mas usa uma webcam comum no lugar do Wii Remote. Segundo Sergio Cabral Cavalcanti, os professores podem elaborar o conteúdo e publicá-lo em Flip para ser usado em sala de aula de forma colaborativa. Cavalcanti diz que o objetivo e testas os protótipos em escolas públicas do Rio que tenham laboratórios de informática e Internet e conseguir financiamento do Ministério da Ciência e Tecnologia. Cada carteira custaria pelo menos US$ 300 (cerca de R$ 480).

Fonte: Jornal O Dia

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