terça-feira, agosto 19, 2008

Aprendizagem contínua é ação estratégica

A educação é a premissa básica e insubstituível para o desenvolvimento do ser humano, não importa a fase que ele vivencie. Isso é facilmente percebido, basta apenas que os olhares sejam direcionados para a família – onde a criança aprende a dar os primeiros passos que a levarão para o mundo. Já as escolas e as instituições de ensino técnico ou superior conduzem o estudante para um aprendizado contínuo e se tornam a ponte para o futuro da vida profissional.

Depois, chega o momento em que é preciso colocar em prática toda a bagagem de conhecimento adquirido e dar as boas-vindas à realidade corporativa. Mas a conquista de uma vaga no mercado, mesmo que o profissional tenha se destacado diante de inúmeros concorrentes, assegura que ele atenderá às expectativas da organização que apostou em seu talento? A resposta será positiva se o colaborador estiver consciente de que o meio organizacional exige um constante aprendizado e, diga-se de passagem, não apenas na esfera técnica, mas também na comportamental.

Para atender a essa necessidade de aprendizagem contínua as empresas instituem ações direcionadas para a área de treinamento e desenvolvimento. Na Faber-Castell, por exemplo, há nove anos foi criado o “Programa Educação para o Trabalho” – uma iniciativa que surgiu a partir do momento em que a empresa sentiu a necessidade de informar aos colaboradores os assuntos corporativos e auxiliá-los no desenvolvimento pessoal e profissional e, ao mesmo tempo, despertar o espírito de cidadania em cada membro do seu quadro funcional. Atualmente, esse programa beneficia funcionários que atuam nas unidades do Brasil e da Costa Rica.

A Faber-Castell é o maior fabricante de lápis de madeira plantada e está presente em mais de 100 países, contando com 15 fábricas e cerca de cinco mil colaboradores em todo o mundo. Produz mais de dois mil itens diferentes, desde giz de cera e massa de modelar até exclusivas canetas-tinteiro. De origem alemã, possui a principal subsidiária do grupo localizada no Brasil. Com aproximadamente 2.500 colaboradores brasileiros, conta com duas unidades de produção em São Carlos, no interior de São Paulo, uma unidade de produção de mudas e operações florestais com industrialização da madeira em Prata, Minas Gerais, uma área de plantio e preservação em Morretes, Paraná, além de escritórios de marketing e vendas nas cidades de São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, Curitiba/PR e Recife/PE. A produção anual de 1,5 bilhão de lápis de madeira plantada torna o Brasil líder mundial no setor. A unidade brasileira produz mais de mil itens que abastecem o mercado interno e que são exportados para mais de 70 países.

Segundo Marcelo Tabacchi, diretor comercial da Faber-Castell, na prática, o programa desenvolve várias atividades que têm como objetivo discutir temas relacionados diretamente ao desenvolvimento das competências sociais, pessoais e profissionais, além de promover a integração dos colaboradores de diferentes áreas da organização. Para isso, são utilizados recursos como exibição de filmes, realização de vivências e dinâmicas de grupo, bem como promoção de palestras.

“O treinamento é realizado através de reuniões, que dão abertura para debates de temas relacionados ao dia-a-dia pessoal e profissional dos colaboradores de forma lúdica e teórica. Todo esse trabalho é conduzido através da educação continuada”, explica Tabacchi, ao acrescentar que a cada edição do “Programa Educação para o Trabalho”, uma nova temática é levada aos colaboradores. Através dessa iniciativa, os funcionários da Faber-Castell já participaram de encontros que abordaram assuntos como: “Motivando todos para a qualidade” – que teve o objetivo de debater o comprometimento no trabalho, a motivação, o desempenho e a qualidade do trabalho; “Crenças e Concepções sobre o Trabalho: comprometimento e Trabalho em Equipe”, que levou à tona debates voltados para o relacionamento interpessoal, o trabalho em equipe, a administração de mudanças e motivação; “Lado Humano da Qualidade e Sistema de Gestão ISO 9001:2000”, que trabalhou a nova política da qualidade da organização, relacionamento com o cliente interno e externo e os conceitos de qualidade.

Outro lado interessante do “Educação para o Trabalho” é que o programa também inclui questões que impactam diretamente na vida de cada colaborador. Em 2002, por exemplo, o foco central do treinamento foi direcionado para a temática “Planejamento de Vida e Qualidade de Vida no Trabalho”. Essa edição proporcionou aos treinandos a chance de experienciar a importância do planejamento de vida, tanto profissional quanto pessoal. Na ocasião, eles puderam se familiarizar com a melhoria contínua e conhecer o perfil ideal do profissional que hoje é exigido pelo mercado. “Na oportunidade, também realizamos a Sipat, promovemos exercícios e destacamos a importância do cuidado com a saúde”, relembra o diretor comercial da Faber-Castell.

Marcelo Tabacchi destaca outras edições do programa que valorizam questões relacionadas à política integrada da organização, código de conduta e orçamento doméstico, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e ergonomia. Em 2007, o programa foi aberto com o tema “Brand Essentials”, que correspondem aos quatro valores da organização que estabelecem as estruturas e definem as orientações claras que garantem o crescimento sustentável da empresa: Competência e Tradição; Inovação e Criatividade; Responsabilidade Sócio-ambiental e Qualidade Excepcional.

Após a abertura oficial, na segunda fase do treinamento foi apresentado o “Ecomunidade” - um projeto voltado para a gestão de todas as atividades da empresa que beneficiam as pessoas e o meio ambiente, com a missão de manter, criar, estimular e disseminar ações criativas que transmitam uma imagem norteada por políticas e princípios sócio-ambientais. “Nos treinamentos são feitas avaliações de reação para saber a aceitação dos participantes. Os resultados que obtivemos mostraram que os treinamentos são muito bem aceitos e que os colaboradores estão satisfeitos com o que aprenderam, considerando os assuntos relevantes e aplicáveis à rotina de trabalho”, conclui o diretor comercial da organização, ao ser questionado sobre a receptividade dos funcionários em relação à iniciativa.


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