sexta-feira, setembro 04, 2009

Você está preparado para trocar todo o seu time de profissionais Y?

Muito tem se falado da “geração Y” ou da “net generation”. Don Tapscott, autor dos livros Wikinomics e, recentemente, “Grown Up Digital: The Rise of the Net Generation”, é um dos papas do tema.

Para fundamentar essa sua última obra, Tapscott pesquisou milhares de jovens em 12 países ao redor do mundo, encontrando diferenças regionais na relação deles com o trabalho.

Algumas conclusões interessantes: na América do Norte, liberdade geralmente significa fazer o próprio horário de trabalho. Já em economia emergentes, a maior facilidade em trocar de empresa rapidamente.

Outra pesquisadora também provou que existem diferenciações de nação para nação: Fátima Rosseto, uma das diretoras da DBM Brasil – consultoria especializada em gestão do capital humano em momentos de transição –, demonstrou que o Brasil tem uma característica realmente diferente dos Estados Unidos. Por razões econômicas, sociais e culturais, só agora começamos a produzir os primeiros representantes de uma geração anterior, a X. Uma geração que tem profissionais conhecidos como excelentes empregados, leais às camisas das empresas e com focos em acúmulo de riquezas, segurança e carreira, mas que começa a se confrontar com uma nova, que ingressa no mercado de trabalho e se comporta de maneira antagônica: a geração Y.

No Brasil, os “X” estão colhendo os frutos por terem nascido entre duas safras. Essa geração está entre aquela repleta de ideais, excelentes trabalhadores e que viveu o milagre econômico (os baby boomers) e a nova, que já nasceu conectada, que quer equalizar vida profissional e pessoal, que questiona o porquê das coisas, que é imediatista e já está construindo um novo jeito de fazer negócios.

Será que os empresários e os profissionais de recursos humanos têm a real dimensão do que ainda está por vir? Quando um empreendedor monta o seu negócio, não o constrói para que dure somente seis meses.

Pode até estar em seu planejamento o crescimento e a solidez da empresa para uma futura venda, mas com certeza isso não acontece em um espaço tão curto de tempo. Se a perpetuidade de uma empresa faz parte do negócio, como garantir seu futuro quando a maioria dos empregados for dessa geração imediatista? Será que somente o setor de RH e a cultura organizacional terão que se adaptar às manias e particularidades desses novos profissionais?

Dá para imaginar que a cada seis meses cada RH estará diante da necessidade de trocar quase a totalidade do seu headcount, simplesmente porque a mão-de-obra é movida por desafios e imediatismos. Ou, ainda, porque querem retorno e crescimento para “ontem”, quando se sabe muito bem que a maioria dos negócios exige ações de curto, médio e longo prazos. Não é esse um dos subprodutos do planejamento estratégico?

Planos de ação para os próximos cinco anos? Quem ficará na empresa? Quem irá plantar para colher na frente? Quem irá implementar esses planos de ação e o que foi desenhado pelo planejamento? Será que a geração Y também não terá que aprender com a X, assim como a X aprendeu com a anterior? A curva de experiências das empresas, para onde vai, se cada profissional ficará na media só seis meses?

No mundo dos negócios, é vital evoluir, mas isso não significa que se deva negar o passado. Os novos profissionais terão que aprender a importância dos valores, entenderem que tudo na vida tem o seu tempo, que a paciência é um atributo valioso. Talvez aqueles da geração Y que se derem conta disso poderão se destacar no mercado.

Quem sabe, também se abra espaço para a volta de profissionais que antes foram forçados a se aposentar aos 60 anos, justamente para equalizar o time, formando uma equipe de imediatistas com alguns conservadores. Há a possibilidade desse convívio de gerações ser mais importante do que se possa imaginar para o mundo dos negócios e para o crescimento profissional de cada um. Mas isto, só o tempo dirá.

Entre todas estas hipóteses, uma é certa: não dá para ser oito, nem 80. Para a sobrevivência e o crescimento de todos, tanto profissionais quanto empresas, será preciso ceder. Aprender com o outro continuará sendo a chave do sucesso.

Fonte: Administradores

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