sábado, julho 18, 2009

Os "Y" e seus mitos

Muitas das verdades sobre as atividades e as formas de conquistar os jovens adultos já não valem mais. Vi uma pesquisa recente chamada "Young Adults Revealed", feita pela Synovate com 12.603 (!) jovens de 18 a 24 anos, em 26 países. A iniciativa foi da Microsoft Advertising para compreender melhor os Y; tem uma apresentação bem interessante.


Coisas como "adoram música, mas não querem pagar por ela e adotam de forma frenética as novas tecnologias; consideram que a família serve apenas para socorrê-lo nos momentos de apuro; são consumidores de drogas e álcool, tendendo ao extremo; interagem intensamente nas redes sociais, mas não gostam de relacionamentos duradouros; são indolentes, sedentários, com um grau elevado de irresponsabilidade" aparecem atribuídas a estes jovens como mitos, desde o surgimento da internet. Vale lembrar que muito disso decorre da "pensada" relação intensa que os "Y" tem com a web. Essa pesquisa veio então para derrubar estes mitos que algum dia alguém escreveu, outro achou que fazia sentido e aí veio o senso (in)comum de que eles (os Y) são assim.


O ponto "descoberto" é que os "Y" estão preocupados, sim, com uma educação de qualidade e uma boa carreira. Diferente do que se pensa, 41% esperam para ver em relação à uma nova tecnologia. Mais da metade pratica esportes ou faz alguma atividade física com frequência e tem como sua atividade preferida a companhia do parceiro; poucos bebem para ficar bêbados.

Tem um ponto relevante e interessante quanto a uma das poucas instituições sociais vivas: a coisa mais importante na vida destes jovens é a família — 77% passaram algum tempo com suas famílias na semana anterior, mesmo que só 49% vivam na casa dos pais. Os "Y" ainda afirmaram que na semana anterior à pesquisa haviam lido mais livros do que acessado as redes sociais, o que dá a idéia de valor que existe ainda nas relações sociais reais.

25% assiste com frequência comerciais e clips de marketing em sites de vídeo e em outros sites de redes sociais. Quase a metade já clicou em anúncios e banners, e um mesmo número já carregou conteúdos de marcas e produtos no Messenger ou por SMS. Aliás, diz a pesquisa que em média esse jovem gasta aproximadamente US$ 100 por mês com seu equipamento móvel.

A importância da música nesta faixa etária está caindo, assim como seu valor enquanto veículo de promoção de marcas, porém, esse grupo tem disposição para se relacionar com as marcas e produtos.

Agora tem algumas constatações bem mais explícitas que é só olhar para dentro de casa e ver: o PC passa a ser o principal dispositivo de mídia; não dá prá viver sem ele, diferentemente da TV que está sendo deixada de lado por estes jovens - numa relação de 1 que não assiste para 7 que ainda usam. Há um longo caminho ainda mas veja alguns dados: dois terços desse grupo baixam conteúdo de TV por downloads ou streaming uma vez por semana. Li uma post recente no site da CISCO, falando sobre a "killer application" do futuro, o vídeo. É uma tendência sem volta. Email virou coisa de "véio" - como já postei por aqui.

Entra também um ponto importantíssimo: os padrões de consumo de mídia mudaram muito rapidamente - e com eles o papel das redes sociais, dos comunicadores instantâneos - estou começando a achar que o meu Twitter é exatamente isso, mas em escala bem maior, um "comunicador social instantâneo" - e dos shows de mídia online e inevitavelmente continuarão a mudar. Você tem ainda alguma dúvida?

Giancarlo Colombo

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