terça-feira, fevereiro 17, 2009

Os mesmos modelos para novas situações. Até quando?


Não dá para comparar a tecno-dependência que temos hoje frente aos anos 90 - só para citar uma data não muito distante.


Ela - a dita dependência - está nas facilidades integradas dos smartphones, no peso e tamanho interessante do netbook, no MP3 que está sendo ouvido agora por 5 em cada 10 pessoas que rodeam você, nos monitores de plasma/LCD - no interior dos metrôs, dos elevadores, dos ônibus, nos shoppings, nas padarias, lojas de conveniência, salões de beleza dentre outros locais (aliás, você já parou para pensar nessa invasão?!)-, nos notebooks que tiveram um crescimento recente fenomenal, nos inúmeros gadgets que circundam a nossa vida digital e, finalmente, na mobil-dependência, o telefone celular.


Apesar disso tudo, muitas empresas continuam, há mais de uma década, em um sono profundo investindo em comunicação e relacionamento da mesma forma como sempre fizeram. A onda da inovação parece que passa ao longe dos que pensam comunicação nestas empresas. Autorizam campanhas que abordam apenas TV, mídia impressa, rádio e fundamentam os investimentos em medições estimadas, baseadas geralmente apenas no número de pessoas que podem ser impactadas. Parece que nada mudou.


Essa mesma empresa muitas vezes faz uso de todas as facilidades tecnólogicas usando voz sobre IP em suas ligações a distância, empregando educação a distância, distribuindo PDAs e notebooks, usa intensamente video-conferência, e muitas chegam até aos blogs, além de incentivar seus colaboradores a trabalhar em regime home office - e por aí vai. Tudo isso mostra que a empresa é plugada. Mas, só!

A liderança não tem normalmente a percepção da riqueza do meio digital para operar e crescer. Questões de relacionamento com os clientes? Call Center neles. Email neles. Mail Marketing neles. Há um pé encravado no lado velho, no lado do paradigma para continuar fazendo apenas o que sempre deu certo: publicidade em TV, rádio e mídia impressa.
Esses líderes convidados a falar sobre mídia digital pensam em HotSite, banners, um video - no máximo. Quem está no meio tem outra visão, mais holística, apontada para o que vem acontecendo, trabalhando com mídias sociais, atrair usuários pelos buscadores, campanhas integradas, enfim, um arsenal de novas possibilidades que não acontecem por falta de visão digital da agência.

As vantagens do meio digital são impactantes. Rastreamento, perfil de uso, precisão na ação comercial ou de marketing realizada, target preciso, tudo tabulado rapidamente. Problemas na campanha? Ajuste imediato, totalmente diferente do meio tradicional. Os próprios usuários trabalham essas experiências de mudança e adaptação, ajudando a empresa a acertar. Uma experiência totalmente nova (ooops, é novo - volta para o anterior). Claro que existem tentativas louváveis de grandes empresas (como a GM e Intel, por exemplo), mas são ainda muito tímidas e diria até conjunturais; não estruturais - como gostaria.


Reconheço que o poderio de massa da TV não acaba tão cedo, mas é evidente que caminhamos para coisas bem mais dirigidas, para micro-públicos, extremamente segmentadas. E espero que reconheçam que a TV nunca mais vai voltar a ser como antes, e não me venham com essa história de que a TV vai recuperar-se frente a Web. Ela pode ser o meio para navegar porque tem, antes de mais nada, uma tela. Mas, tal qual ela, outras telas neste mundo de telas digitais farão a mesma função, principalmente as telas móveis. Ou seja, aquela audiência absoluta felizmente não mais acontecerá.
Isso tudo é para questionar os modelos, a falta de visão digital, a falta de ver que a sociedade consome de forma diferente, que precisa de mecanismos de pesquisas dinâmicos e não mais os tradicionais.

O mundo digital vem se estruturando e especializando muito rápido. E tem muita gente vendo o trem passar.
As empresas deveriam caminhar na construção de marcas e plataformas de relacionamento estruturadas para quem consome seus produtos e serviços,. Deveriam exigir mais de suas agências, mostrar a elas que a vida caminha por telas e o consumo segue essa direção. Se você tem dúvida, pare e pense sobre seu consumo de comunicação há alguns anos e hoje... Sua dúvida sumirá em alguns segundos. Você pode ter certeza que em alguns anos ele será maior ainda.


GC

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