sexta-feira, fevereiro 27, 2009

A língua no Atlas



Um dos mantras da cultura de um povo está baseado em sua língua
, e nós praticamente desconhecemos a verdadeira babel em que vivemos.

A Unesco anunciou recentemente o lançamento de um
Atlas interativo, catalogando cerca de 2.500 línguas em perigo de extinção no mundo, dividindo-as em cinco níveis: não seguras, definitivamente em perigo, em sério perigo, em perigo crítico e extintas.

A novidade é que esse Atlas pode ser atualizado continuamente baseado em contribuições de utilizadores. Consegui, por exemplo ver que cerca de 200 línguas no Mundo têm menos de dez falantes e 178 têm entre 10 a 50 falantes. O que me tocou foi um comentário que li, dizendo que a morte de uma língua leva ao desaparecimento de muitas formes de herança cultural intangíveis, especialmente a incalculável herança das tradições e expressões orais da comunidade que a falava – desde poemas a lendas, provérbios e piadas.


Indo mais a fundo vi uma estatística que temos 6.912 idiomas hoje na terra, mas muitas morrerão em poucos anos, fruto da globalização e de um ciclo natural da vida, como passam os animais e vegetais.
De acordo com o Atlas, um idioma passa a ser ameçado quando os falantes deixam de usar a língua e de transmiti-la para futuras gerações, sob a influência de fatores externos de naturezas militar, econômica, religiosa, política e cultural.Hoje 97% das pessoas do mundo falam apenas 240 idiomas; os 3% restantes da população falam os 96,5% restantes dos idiomas.


Quanto aos idiomas mais falados hoje temos:
1- Mandarim, da China (mais de 1 bilhão de pessoas)
2- Inglês (com mais de 510 milhões)
3- Hindi (da Índia), com 500 milhões
4- Espanhol (com mais de 400 milhões)
5- Russo (280 milhões)
6 - Árabe (250 milhões)
7- Bengali (da ïndia), com 210 milhões
8- Português (finalmente) com 190 milhões
9- Indonésio (180 milhões)
10- Francês (130 milhões)

Nem preciso comentar sobre a ordem no mundo. Aprender o mandarim será tão essencial quanto o inglês, mas vale lembrar que isso não será tão necessário considerando os mecanismos de tradução real time que já estão sendo prototipados com equipamentos celulares e com inteligência artificial; são a bola da vez para a próxima década e sonho do Gordon Moore, o criador da lei de Moore e fundador da Intel.

As conversas fluirão de outra forma e aí sim a grande babel começa a ser desfeita. Pena que com isso também se esvai a cultura e a identidade cultural de vários povos.
É o ciclo.

GC

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