quinta-feira, novembro 27, 2008

Governo quer cursos com maior parcela presencial

26/11/2008 - As alternativas de ensino a distância oferecidas hoje no Brasil são descendentes diretas dos antigos cursos por correspondência - quem nunca pensou em se tornar costureiro, detetive ou técnico em eletrônica ao ver aqueles anúncios nas revistas em quadrinhos? Em termos de graduação, contudo, a história é bem mais recente: o primeiro curso do gênero no país foi o de licenciatura em educação básica criado em 1994 pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Várias das instituições de ensino mais reconhecidas do país já têm cursos a distância, como as Pontifícias Universidades Católicas (PUCs) do Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Distrito Federal, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Anhembi-Morumbi.

Por enquanto, os únicos encontros presenciais exigidos pela legislação que rege o ensino a distância no país são para as avaliações bimestrais - as instituições costumam oferecer alternativas de locais em todos os estados, para facilitar o acesso dos alunos. Há, no entanto, uma intensa discussão sobre possíveis mudanças nas regras. O governo federal tem demonstrado o receio de que muitas instituições se interessem pela área como uma possibilidade de ganhar "dinheiro fácil", sem investimentos adequados na qualidade dos cursos. Entre as propostas de mudança está a ampliação da parcela presencial dos cursos a distância - o que os aproximaria do meio termo tido como ideal por muitos especialistas. "O que nos espera no futuro é a convergência entre presencial e virtual. Parte significativa de qualquer curso será feita a distância, a exemplo do que já acontece em muitos países com ensino de primeira qualidade", diz Waldomiro Loyolla, da Abed. Instituições que atuam na área com bons resultados consideram injusto o eventual endurecimento genérico das regras, contudo. "Assim como ocorre no ensino presencial, há os bons, os médios e os maus cursos a distância. É preciso reforçar os mecanismos de avaliação, e não criar uma regra que coloque todos no mesmo balaio", diz João Vianney, da UnisulVirtual.

Já como efeito da fiscalização mais rigorosa, quatro das instituições com maior número de alunos a distância no país foram intimadas há dez dias pelo Ministério da Educação a reduzir drasticamente a quantidade de alunos aceitos por ano. Além da qualidade de ensino considerada insuficiente, essas instituições não ofereciam estrutura adequada na maioria dos pólos de atendimento presencial espalhados pelo país, locais em que os exames bimestrais devem ser feitos. Só essas quatro instituições- a Universidade do Oeste do Paraná (Unopar), a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), o Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi) e a Faculdade Educacional da Lapa (Fael)- concentram 260 mil alunos de graduação a distância, 46% do total matriculado nos cursos da modalidade mantidos por instituições privadas no país.

fonte: valor economico

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