| 10/09/2008 - Eles ajudariam a obter contatos além de oferecer   conteúdo diferenciado
 Permanecer inserido no mercado de trabalho é o desejo de todo profissional.   Para isso, porém, há quem aposte na necessidade de se manter atualizado. E   tais conhecimentos fundamentais para essa atualização não provêm apenas da   experiência com o dia-a-dia do trabalho. Para satisfazer os requisitos do   mercado, muitos profissionais recorrem a cursos extracurriculares, que   geralmente têm curta duração e com enfoque em novas tecnologias. Muitos,   entretanto, se perguntam se tais cursos realmente funcionam. Consultores em   carreira ouvidos pelo Universia apostam que os conhecimentos adquiridos   nesses cursos são válidos e importantes para que os profissionais mantenham   sua posição nas empresas ou tenham melhores oportunidades, desde que a   escolha se baseie em critérios bem definidos e objetivos.
 
 Como identificar o melhor curso para aperfeiçoamento?
 - O profissional deve ficar atento aos requisitos pedidos pelo mercado de   trabalho.
 - Para saber quais conhecimentos são exigidos em sua profissão, além dos   cursos de graduação e pós, basta entrar em sites de consultoria de carreira e   verificar os requisitos pedidos para cargos que se assemelhem ao seu.
 - Se o profissional pretende se candidatar a um cargo acima do seu, deve   conferir os conhecimentos exigidos para a posição e investir neles, mesmo sem   certeza de conseguir o posto.
 - Sempre avalie a instituição de ensino que oferece o curso, e confira se o   ministrante está atualizado no assunto. Há universidades que oferecem cursos   ultrapassados.
 
 "O profissional deve estar certo que a área estudada é a que se   identifica com aquilo que ele quer fazer. Então, deve ampliar seus   conhecimentos dentro do tema e identificar quando é preciso recorrer a um   curso específico. Para reconhecer o momento, basta observar os requisitos   pedidos pelo mercado de trabalho", afirma o coordenador do NEO (Núcleo   de Empregabilidade e Oportunidades) da PUCPR (Pontifícia Universidade   Católica do Paraná), Marciano Cunha.
 
 Mas não basta reconhecer que é necessário se atualizar na área e procurar um   curso que trate sobre o assunto. Segundo Cunha, é preciso avaliar a qualidade   do ensino com muita atenção. O coordenador da PUCPR adverte que há   universidades que oferecem cursos ultrapassados. "É preciso que o   profissional analise o currículo do curso, verifique as áreas que serão   tratadas, além de conferir a qualidade da instituição que o oferece. Além   disso, é muito importante certificar-se que os ministrantes estão atualizados   sobre o assunto", alerta.
 
 A coordenadora do IBMEC Carreira (Faculdade IBMEC) de Minas Gerais, Jaqueline   Silveira Mascarenhas, partilha da opinião de Cunha. Ela acredita que existem   cursos extracurriculares para todas as áreas do conhecimento.   "Independente do nível de conhecimento do profissional, é preciso que   ele faça tais cursos, seja para atualização ou para novos aprendizados. Os   cursos podem abordar novas tecnologias disponíveis no mercado ou o   autoconhecimento do aluno", explica ela. Para escolher o curso certo   para cada necessidade, Jaqueline diz que o profissional deve perceber seus   pontos fracos dentro de suas tarefas no trabalho. "Ele deve descobrir os   pontos que necessitam de aprimoramento ou atualização. Cursos   extracurriculares não devem ser feitos à toa, é preciso entender quais temas   o trabalhador não domina. Ao concorrer a uma vaga interna, o candidato   precisa analisar os pré-requisitos", aconselha ela.
 
 Além disso, Jaqueline acrescenta que é preciso que o profissional tenha   noções genéricas. Essas noções não precisam necessariamente entrar em seu   currículo, mas fazem diferença para o dia-a-dia. "Em geral, esses   conhecimentos não são adquiridos na empresa ou em cursos regulares. Esta é a   importância de buscá-los. Podem ser cursos que tenham como foco o   autoconhecimento e que trabalhem o perfil do indivíduo, como seu   comportamento ou postura. A oratória, por exemplo, é aconselhado para   desenvolver a persuasão, que pode ser utilizada numa entrevista de emprego ou   ao vender uma idéia a um cliente", indica Jaqueline.
 
 Para Cunha, cursos que tratam da comunicação são essenciais. Ele aponta ainda   os profissionais da área de comunicação como aqueles que devem ter maior   preocupação em se atualizar. "Comunicação é uma das áreas de maior   exigência e necessidade de relacionamento interpessoal. Os profissionais   precisam aprender a comunicar idéias e transformá-las em produtos e serviços.   Além de tudo, esses cursos são boas oportunidades de fazer contatos",   lembra Cunha.
 
 O coordenador ainda afirma ser necessário que um universitário faça cerca de   30 horas de cursos extracurriculares a cada ano de sua graduação para se   formar com currículo competitivo. "Geralmente esses cursos são   ministrados por profissionais de mercado e trazem dimensões práticas e mais   profundas em comparação aos curriculares. Seu ponto forte é o contato com   profissionais de mercado que podem passar uma visão mais prática do dia-a-dia   da profissão", coloca Cunha.
 Franciele conseguiu oportunidades com contatos criados em curso
 
 Fazer cursos extracurriculares durante a graduação foi a decisão tomada pela   estudante do 8º semestre de medicina da UCS (Universidade de Caxias do Sul),   Franciele Caron, que faz parte do curso de Estudos de Controle e Prevenção do   Câncer. "Escolhi esse curso porque pretendo seguir na área de oncologia.   Acredito haver muito a ser estudado sobre o tratamento do câncer, além de ser   um tema que gosto", explica Franciele.
 
 Durante o curso, a estudante conta ter tido a oportunidade de interagir com a   comunidade local, além de realizar pesquisas. "Ajudamos a comunidade de   forma científica, realizamos palestras, tiramos dúvidas sobre os tipos de   cânceres existentes e também fazemos pesquisas sobre a doença",   esclarece ela. De acordo com Franciele, até mesmo vagas de estágio foram   oferecidas a ela por causa do curso. "Conhecemos pessoas de outros   lugares, de fora da universidade e esse contato nos ajuda. Com isso, já   consegui estágios na área de oncologia em outros hospitais da região",   afirma.
 
 A estudante acredita que fazer parte do grupo de estudos abrirá portas em sua   carreira depois de formada. "O curso vai me ajudar porque já tenho em   meu currículo pesquisas na área, além de realizarmos estudos direcionados em   oncologia. Essa é uma boa oportunidade de já possuir bons conhecimentos sobre   o assunto quando estiver formada", espera Franciele.
 
 Curso extracurricular ou pós-graduação?
 
 Profissionais que ainda não tenham pós-graduação podem ficar em dúvida entre   fazer um curso extracurricular ou investir na sonhada pós. Nesse caso,   especialistas afirmam que é preciso colocar na balança quais as prioridades   de cada indivíduo e verificar qual qualificação exigida pelo mercado tem   caráter mais urgente para a carreira.
 
 "Somente a graduação já não é mais suficiente para os requisitos do   mercado de trabalho. Por isso, é importante investir numa pós antes de fazer   cursos extracurriculares, que são destinados ao aperfeiçoamento. Também é   importante que seja trabalhado o conhecimento de idiomas. Mas todo esse   investimento em cursos depende das pretensões do profissional e dos   conhecimentos necessários em sua área", alerta Jaqueline.
 
 Cunha, no entanto, discorda do ponto de vista defendido por Jaqueline.   "Este é um ponto relativo para um profissional que ainda não tenha   pós-graduação. O ensino da pós é destinado a uma área especifica de atuação.   Porém, se o aluno não teve experiências extracurriculares, ele terá uma visão   limitada de sua área de atuação e não terá maturidade suficiente para   enfrentar a pós, com chances de não conseguir entender os conhecimentos   transmitidos durante o curso", acredita o coordenador.
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