15/09/2008 - Essa concentração se dá por conta da saturação enfrentada pelas regiões metropolitanas, como São Paulo SÃO PAULO - A expansão do número de alunos do Ensino Superior privado ocorre, principalmente, por meio do aumento das matrículas em cidades do interior e em pólos regionais, aponta a Link Investimentos. "As regiões metropolitanas, como São Paulo, estão saturadas e o crescimento estará concentrado, ao nosso ver, nestas cidades do interior e também no aumento do ensino a distância e de cursos técnicos", analisa a corretora. Inadimplência: interior x capital O crescimento acelerado do Ensino Superior privado entre as classes sociais mais baixas, como C, D e E, impulsiona a inadimplência deste alunos, principalmente, nas regiões metropolitanas de São Paulo. No interior, o número é bem menos expressivo, chegando a 14,9%, devido aos custos indiretos mais baixos, como transporte, moradia e alimentação, em relação aos da capital, ressalta a Link. Os números da inadimplência preocupam, porém, os grupos educacionais privados, que acabam lançando mão de alternativas para o financiamento aos alunos, aliadas a controles rígidos de pagamento. Nível reduz, mas permanece nas alturas Na última quinta-feira (11), foi divulgado que a inadimplência nas universidades privadas de São Paulo atingiu 22,5% em 2007, o que representa uma queda de 3,02% frente ao montante registrado em 2006. A explicação dada para a queda é que as instituições de ensino superior têm criado mecanismos para tentar diminuir a inadimplência, oferecendo novas formas de financiamento, acordos, descontos, podendo assim absorver cada vez mais alunos das classes C, D e E. No entanto, segundo o diretor executivo do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo), Rodrigo Capelato, não é possível afirmar que a redução do índice seja uma tendência, já que foi sutil, de apenas 0,7 ponto percentual. Conseqüências para o setor O fato de o índice continuar alto (desde 1999 permanece na casa dos 20%) ameaça a sustentabilidade financeira do setor, responsável por mais de 74% das matrículas do Ensino Superior brasileiro. Por conta disso, a entidade defende que a Lei do Calote permita rescisão do contrato educacional após dois meses sem pagamento. Hoje, ela impede a penalidade pedagógica para inadimplentes até o fim do período letivo, que pode levar de seis meses a um ano. Além da existência da Lei do Calote, o presidente atribui os altos índices à falta de poder aquisitivo e ao crescimento da participação das classes C e D no Ensino Superior. "É nesse contexto que a ampliação do programa de financiamento estudantil do governo se faz necessária", ressalta o presidente da entidade, Hermes Ferreira Figueiredo. Atualmente, apenas 5% dos alunos matriculados no Ensino Superior privado são beneficiados pelo ProUni e 8%, pelo Fies. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário