quinta-feira, julho 10, 2008

Curso de gestão de pequenos negócios para alunos de escolas estaduais

Quando as férias de julho terminarem, 50 mil estudantes de 696 escolas estaduais da capital e da Grande São Paulo iniciam o curso de gestão de pequenos negócios. A partir de agosto, em meio às aulas tradicionais de português, matemática e geografia, eles vão participar do ensino profissionalizante na área de administração.

Com a nova turma, o número de vagas de ensino técnico preenchidas salta dos atuais 30 mil para 80 mil. A zona leste de São Paulo será a mais beneficiada - concentra 16,7% dos colégios participantes do projeto. No início do ano letivo de 2009, serão criadas outras 50 mil vagas em escolas estaduais do interior e do litoral.

O curso será ministrado uma vez por dia e tem duração de três semestres, certificado por diploma do Centro Paula Souza e da Fundação Roberto Marinho. As aulas serão freqüentadas por estudantes do 2º ano do ensino médio e estarão inseridas na própria grade curricular dos períodos noturno ou diurno. Os alunos que não optarem pelo curso técnico poderão freqüentar, no mesmo horário, um reforço escolar voltado à preparação para o vestibular, uma espécie de cursinho gratuito. O investimento total do governo estadual para ampliação das vagas é de R$ 24 milhões.

O critério de seleção das escolas contempladas agora por salas de videoconferência, material didático e 1.280 orientadores para coordenar o Curso de Gestão, chamadas de "tecsalas", foi a vulnerabilidade social das regiões.

A proposta de inserir o curso técnico como disciplina opcional das escolas tem dois objetivos. O primeiro é reverter o péssimo desempenho do ciclo entre 1º e 3º ano. No Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp), divulgado em abril , o ensino médio obteve média 1,4 em uma escala de 0 a 10. O segundo é diminuir os índices de desemprego entre a população jovem. Em maio, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) identificou que, entre as pessoas de 15 a 24 anos, a taxa dos sem emprego (19%) é 3,5 vezes maior do que entre os trabalhadores adultos.

A idéia das tecsalas é justamente tornar o ensino médio mais atrativo aos alunos, melhorando a qualidade, e ao mesmo tempo atender às necessidades dos estudantes de conseguir qualificação para o mercado segundo a coordenadora de ensino profissionalizante da Secretaria Estadual de Educação, Leila Viola Mallio.

Para Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento de Estatísticas Intersindical e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), a dificuldade do jovem em conseguir ingressar no mercado de trabalho está intimamente ligada à educação oferecida nas escolas. Por isso, o primeiro investimento forte de melhora deve ser voltado ao ciclo fundamental. Depois, é preciso ter critério na implantação dos cursos profissionalizantes, já que a qualidade deve ser semelhante à de um curso superior.

Fonte: O Estado de São Paulo

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