terça-feira, outubro 21, 2008

Como o mercado enxerga os profissionais que fizeram faculdade virtual?

20/10/2008 - SÃO PAULO - No dia 9 de outubro, o governador do estado de São Paulo assinou um decreto que instituiu o Programa Univesp (Universidade Virtual do estado de São Paulo), que levará a todo o estado cursos de graduação e pós-graduação com uso de tecnologias de informação e comunicação, como a TV digital e a internet. Os alunos contarão com pólos de aula presencial.

Três universidades do estado estão envolvidas no projeto: a USP (Universidade de São Paulo), a Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). "As universidades vão caprichar, porque são as três melhores do País e não darão aula sem qualidade", afirmou José Serra, por ocasião da assinatura do decreto que formaliza o projeto.

Porém, diante da iniciativa, ficam as dúvidas: será que vale a pena fazer uma graduação virtual? Como o mercado enxerga este tipo de formação?

As respostas
De acordo com o diretor-executivo do Insadi (Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual), Dieter Kelber, é importante deixar claro, antes de responder as perguntas, que a forma como a graduação foi feita não tem peso na escolha de um profissional. "Em primeiro lugar, o mercado de trabalho é muito seletivo porque tem muita mão-de-obra. Mas ele olha outras coisas além da formação, como comportamento, valores, disposição ao trabalho", explicou.

Além disso, ele afirmou que o mercado de trabalho está descrente da formação universitária, seja ela pública ou privada, presencial ou virtual. "Por isso eles fazem tantas provas antes de contratar", exemplificou o diretor-executivo. Um outro exemplo desta falta de confiança no ensino superior brasileiro são os programas de trainee. "O que se faz hoje com um recém-formado? Um programa para ensinar tudo a ele!".

Mesmo assim, nada de fazer qualquer curso apenas para ter um diploma. Isso porque, em momentos de desempate entre candidatos, a formação será levada em consideração. "Na hora do desempate, o mercado de trabalho privilegia o que é mais tradicional". Ainda vale considerar que a faculdade, mesmo não sendo tão valorizada quanto deveria, é a porta de entrada para o mercado de trabalho, uma vez que proporciona o ingresso em um programa de estágio e muito aprendizado.

O programa
No Univesp, os cursos serão gratuitos. No início do programa, previsto para março de 2009, serão 5 mil vagas para a graduação no curso de pedagogia oferecido pela Unesp. A USP, por sua vez, oferecerá 700 vagas de licenciatura em biologia e outras 900 de licenciatura em ciências.

Simultâneamente, serão desenvolvidos cursos de especialização (pós-graduação) voltados a professores da rede estadual de ensino, da 5ª séria do Ensino Médio. A expectativa é de que 110 mil docentes ingressem em 16 cursos (13 de disciplinas e três de gestão).

O ingresso do aluno será feito por meio de um vestibular tradicional, com edital com informação sobre o processo seletivo. Segundo o secretário de Ensino Superior, Carlos Vogt, o sistema de cotas obedecerá às atuais políticas das universidades, "que já contemplam, de alguma forma, esse aspecto fundamental da participação dos jovens na busca do ingresso no ensino superior".

Nenhum comentário:

Postar um comentário